Vício e o Cérebro: 3 Mal-Entendidos Corrigidos por um Neurocirurgião

Vício e o Cérebro: 3 Mal-Entendidos Corrigidos por um Neurocirurgião

Além da família e do dependente precisarem tomar uma série de decisões e ações difíceis antes e durante o tratamento, ainda precisam gerenciar as emoções, dúvidas e decepções para preservar as relações familiares. Muitas pessoas encontram no vício uma maneira de suprir um vazio emocional relacionado às interpretações de sua infância e vida intrauterina. Toda criança, em algum momento, sente que não é boa suficiente — seja pela ausência dos pais, por receber muitas críticas, por enfrentar situações traumáticas ou por ter entendido alguma situação de maneira equivocada. Isso torna pessoas com vício em drogas extremamente vulneráveis a recaídas. Eles querem usar drogas de novo, mesmo quando elas trazem pouco ou nenhum prazer. O sistema de dopamina aprende que certos gatilhos – como ver uma máquina de café – pode trazer recompensas.

Todo vício é ruim?

Sim, a dopamina é uma substancia natural de nosso corpo que desempenha muitos papéis benignos em nossa fisiologia, como ser uma facilitadora do movimento e da escolha. No entanto, todos os especialistas na área do vício ou na neurociência em geral reconhecem o papel básico e central da dopamina em um processo de vício. “Quando a pessoa está muito acelerada, com muita energia ou o ego inflado, ela tende a ficar mais impulsiva, a gastar mais dinheiro e também pode engajar em comportamentos de vício. Então vale a pena ter uma atenção especial, discutir esse assunto mais amplamente”, afirma Maycon Torres. “É comum que pratiquem atividades sexuais em via pública ou em local público”, acrescenta o psiquiatra Marco Scanavino. Esse padrão de falha de controle deve ter uma manifestação de seis meses ou mais, de acordo com a OMS. Além disso, o indivíduo não pode ter sido diagnosticado com base em um episódio maníaco, nem devem ser utilizadas como parâmetro situações em que ele estava sob ação de uma substância ou medicamento.

Existe cura para o vício?

Um psicólogo pode recomendar a internação em uma clínica de reabilitação, onde as pessoas podem permanecer em um ambiente distante de gatilhos que despertam a vontade de jogar. A antecipação enquanto esperam para saber o resultado dos jogos desperta adrenalina e as vitórias instigam uma sensação de prazer e bem-estar. Os problemas começam a surgir quando a pessoa compulsiva percebe uma súbita decaída na sua qualidade de vida. Dessa maneira, ela pode rapidamente se atolar em dívidas e se envolver em outros problemas sérios. Também chamada de compulsão por jogos, essa condição apresenta sintomas menos óbvios e evolui gradativamente.

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É importante que você tome algumas precauções antes de abordar o assunto. Apesar de cada pessoa lidar com sua dependência de forma diferente, os sintomas de uma pessoa viciada são semelhantes. Dados como esse evidenciam a necessidade de tomar partido e fazer algo a respeito. Mas, para começar, é preciso saber como identificar uma pessoa viciada e como ajudar nessas condições. Nós também produzimos artigos e materiais sobre educação emocional e terapia. Junte-se às mais de 60 mil pessoas que recebem a nossa newsletter gratuita diretamente em seu e-mail e não perca os conteúdo.

Essas constantes novidades são gatilhos para geração de mais excitação, ejaculação mais rápida, e mais sêmen e ereção do que o material que foi tão consumido que já se tornou familiar. No entanto, as drogas viciantes não apenas sequestram precisamente 100% das mesmas células nervosas ativadas durante a excitação sexual, elas também cooptam os mesmos mecanismos de aprendizado que evoluíram para nos fazer desejar a atividade sexual. A ativação dessas mesmas células nervosas que fazem com que a excitação sexual seja tão desejável ajuda a explicar porque drogas como a metanfetamina, cocaína e heroína podem ser tão viciantes. Além disso, tanto o sexo quanto as drogas podem induzir um fator de transcrição DeltaFosB, resultando em alterações neuropáticas que são praticamente identicas tanto no condicionamento da resposta sexual E no uso cronico de drogas. Segundo a OMS, o diagnóstico de transtorno do comportamento sexual compulsivo só é apropriado “quando o indivíduo experimenta impulsos sexuais intensos e repetitivos, que são experimentados como irresistíveis ou incontroláveis, levando a comportamento sexual repetitivo”.

Como age um viciado?

Enquanto jogam, as pessoas podem momentaneamente se esquecer de seus problemas e aliviar o estresse. Mais importante ainda é fazer sessões de psicoterapia, sendo que o modelo de psicoterapia com maior evidência de eficácia é a terapia cognitivo-comportamental. Do ponto de vista neurobiológico, isso está ligado a alterações no sistema de recompensa. A exposição crônica e repetitiva a situações sexuais faz com que o sistema de recompensa se torne muito dependente deste tipo de estímulo.

Além disso, é sugerido que problemas emocionais da infância, como problemas de relação com pais ou abusos físicos, também determinam um fator de risco. Esses surtos de desejo do uso da droga podem ser reações bioquímicas e também gatilhos provocados por elementos externos, como a exposição à substância, emoções negativas fortes, alto nível de estresse ou até mesmo pessoas ou lugares específicos. Assim como muitos pacientes com danos cerebrais são capazes de melhorar certos aspectos para dispor de uma melhor qualidade de vida, também pode acontecer o mesmo com as pessoas viciadas. Seu único objetivo, sua necessidade mais prioritária é encontrar o bem-estar obtido com o uso da substância ou determinado comportamento, o que lhe proporciona um prazer momentâneo e limitado.

Luigi Gallimberti pensou que impulsos repetidos poderiam activar as vias neuronais danificadas pelas drogas, um processo semelhante ao reinício de um computador bloqueado. A ciência tem sido mais bem-sucedida a identificar o que corre mal no cérebro viciado do que em encontrar formas de corrigi-lo. Alguns medicamentos podem ajudar as pessoas a superar certas adicções. A naltrexona, por exemplo, foi desenvolvida para tratar o consumo abusivo de opiáceos, mas também é prescrita para ajudar a reduzir, ou travar, o consumo de álcool, a perturbação do comportamento alimentar e o jogo patológico. A buprenorfina activa os receptores dos opiáceos no cérebro, mas de uma maneira muito menos intensa do que a heroína.

O consumo de cada droga afecta a química cerebral de uma maneira específica, mas todas provocam um aumento dos níveis de dopamina para lá do normal. Wolfram Schultz, neurocientista da Universidade de Cambridge, chama “diabinhos do cérebro” às células responsáveis pela produção de dopamina, devido à maneira poderosa como o neurotransmissor causa o desejo.Poderosa até que ponto? Vejamos os estranhos efeitos secundários induzidos por fármacos que imitam a dopamina natural e que são utilizados para curar a doença de Parkinson. A doença destrói as células produtoras de dopamina, afectando principalmente o movimento. Os fármacos de substituição da dopamina aliviam os sintomas, mas cerca de 14% dos pacientes com Parkinson medicados com estes fármacos desenvolvem dependências associadas ao jogo, compras, pornografia, comida ou ao próprio fármaco.

Lutando contra a exploração e violência sexual evidente e inerente à pornografia, prostituição e tráfico humano nas horas vagas. Tinbergen originalmente descobriu que pássaros, borboletas, e outros animais poderiam ser enganados a preferir substitutos artificiais que foram desenhados exatamente para parecer mais atrativos do que seus parceiros reprodutivos reais. Assim como a “borboleta pornô” de Tibergen e Magnus competiram com sucesso contra borboletas clínica de recuperação fêmeas reais (Magnus, 1958; Tinbergen, 1951), assim também a pornografia de hoje é única em seu poder de competir pela atenção sexual de seus consumidores a despeito de parceiras reais. A recuperação desse período refratário pode acontecer um ou dois dias depois do ato, mas às vezes após minutos, dependendo da pessoa. A apneia do sono é um transtorno noturno prevalente que interrompe a respiração de uma pessoa durante o sono, afetando não apenas a…

Saber que alguém querido desenvolveu um vício, bem como observá-lo a lutar contra os efeitos físicos e psicológicos da dependência, não é fácil. É compreensível que casos de dependência despertem um misto de sentimentos no âmbito familiar. Até pouco tempo atrás, todo mundo parecia concordar que, se quiséssemos algo, era por que gostávamos disso. Mas agora a ciência questiona essa ideia – e isso abre caminho para uma possível cura para os vícios. “Algumas pessoas parecem ser mais propensas a sofrer essas mudanças no cérebro, que podem ser duradouras ou até permanentes”, afirma.

Jogar games é algo cada vez mais em alta e até virou profissão desejada por muitos —devido ao sucesso dos eSports. Pois é, este ano, a OMS (Organização Mundial de Saúde) referendou que “vício em games” entrará na sua classificação internacional de doenças, como um transtorno mental, a partir de 1º de janeiro de 2022. Embora a dopamina seja as vezes pensada como a “molécula do prazer”, isso tecnicamente é um erro. A dopamina não exatamente gera o prazer — ela dirige a procura e a busca por uma recompensa — ela gera a antecipação, a ânsia. No caso das pessoas que lamentavelmente geraram respostas condicionadas exageradas do sistema de recompensa cerebral, essa busca se aprofunda em uma desordem mental conhecida como vício.


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